Dia Mundial de Combate à Dor: O que você pode fazer por sua saúde

Você já considerou o impacto que as dores podem ter em seu bem-estar diário? Essas
sensações desconfortáveis podem impactar em suas atividades rotineiras, seus
relacionamentos, produtividade e, consequentemente, sua qualidade de vida. Em
menção ao Dia Mundial de Combate à Dor (17/10), quero falar com você sobre a
importância de controlar as dores, trazer algumas possibilidades para amenizá-las e
destacar como o profissional adequado pode fornecer suporte e proporcionar
qualidade de vida ao paciente e às pessoas ao redor dele.
Segundo a Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED), “a dor é a interpretação
de uma informação que pode colocar em risco a integridade do nosso corpo. Ao
sentirmos dor, nosso raciocínio se distrai, nosso foco de atenção muda para avaliar a
origem do que nos causou a dor e nosso comportamento age em busca de estratégias
de proteção para garantir nossa segurança física e emocional”. A junção de todas
estas interferências resulta em um efeito dominó, trazendo cada vez mais desconforto
e frustração.


Como amenizar a dor no corpo?
Apesar de todo o contexto que já conhecemos, a dor tem uma função importante:
emitir alerta de que algo em nosso corpo está errado. Ela pode servir como um
indicativo de infecções, inflamações, fraturas, possíveis condições reumatológicas e
outras doenças subjacentes, tais como artrite, fibromialgia, osteoartrite, gota, entre
outras. Ignorar esses sinais e adiar a busca por tratamento adequado pode agravar a
situação e levar a complicações mais sérias. Por isso, é essencial compreender que
as dores não são apenas desconfortos momentâneos, mas sinais que exigem atenção
e cuidado.


Se você lida diariamente com a dor, o primeiro passo é investigar a origem. Todo e
qualquer tratamento só pode ser receitado a partir do diagnóstico para agir
diretamente na causa. Caso contrário, nós agiremos no sintoma e a dor permanecerá.
Como especialista da área médica, eu não posso receitar tratamentos sem a
investigação adequada. No entanto, há medidas que contribuem para a saúde como
um todo e está ao alcance de todos nós:

  1. Alimentação equilibrada
    A alimentação rica em nutrientes pode desempenhar um papel fundamental no
    controle da dor porque:
    Reduz inflamações: Certos alimentos podem desencadear ou até mesmo agravar
    inflamações no corpo, o que está diretamente relacionado a muitas condições
    dolorosas. Por outro lado, a alimentação equilibrada, rica em alimentos anti-
    inflamatórios, pode contribuir na redução delas, aliviando as dores associadas. Alguns
    exemplos comprovados em estudos científicos são: frutas, vegetais, grãos integrais,
    peixes ricos em ômega-3 e gorduras saudáveis (disponíveis em óleo de linhaça, azeite
    de oliva e os óleos presentes no abacate, castanhas, nozes etc.).
    Auxilia na manutenção do peso: O excesso de peso pressiona as articulações e os
    músculos, aumentando o risco de dores e lesões. Uma alimentação equilibrada, aliada

a um estilo de vida ativo, pode ajudar a controlar o peso corporal, diminuir a carga
sobre as estruturas do corpo e aliviar as dores.
Fornece nutrientes essenciais para o bom funcionamento do organismo:
Vitaminas e minerais, como cálcio, vitamina D, vitamina C e ômega-3, são
especialmente importantes para a saúde musculoesquelética. Esses nutrientes podem
ajudar a fortalecer os ossos, promover a regeneração dos tecidos e reduzir o risco de
lesões.
Melhora a saúde intestinal: Estudos recentes mostram que existe uma ligação entre
a saúde do intestino e as condições reumatológicas. Uma alimentação equilibrada, rica
em fibras, alimentos fermentados e prebióticos, pode melhorar a saúde intestinal e
reduzir a permeabilidade intestinal.
É importante ressaltar que cada paciente apresenta particularidades e pode reagir de
maneira diferente a cada tipo de alimento. Portanto, é essencial buscar orientação
profissional adaptar a alimentação às suas necessidades individuais e condições
específicas.

  1. Prática regular de atividade física
    Embora pareça contraditório, o exercício adequado e bem orientado pode somar ao
    tratamento de controle e combate à dor para melhorar a qualidade de vida. Isso se
    deve a alguns fatores, como:
    Fortalecimento muscular: O fortalecimento dos músculos ao redor das articulações
    pode ajudar a fornecer mais suporte e estabilidade, reduzindo a carga e o estresse
    nas estruturas articulares. Isso é especialmente benéfico para condições como artrite
    e dores nas costas, pois músculos fortes podem ajudar a aliviar a pressão nas
    articulações afetadas.
    Liberação de endorfinas: Durante a prática de exercícios, o corpo libera endorfinas,
    substâncias químicas naturais do cérebro que atuam como analgésicos naturais e
    promovem uma sensação de bem-estar. Essas endorfinas podem reduzir a percepção
    da dor e melhorar o humor, proporcionando alívio temporário.
    Melhora da circulação sanguínea: O exercício físico regular melhora a circulação
    sanguínea, o que pode ajudar na nutrição adequada das células e tecidos, além de
    eliminar resíduos metabólicos. Isso contribui para a redução da inflamação e a
    recuperação dos tecidos, aliviando as dores.
    Alongamento e flexibilidade: A prática de exercícios que envolvem alongamento e
    flexibilidade, como ioga e pilates, pode ajudar a melhorar a amplitude de movimento
    das articulações, reduzindo a rigidez e o desconforto. O alongamento adequado
    também pode diminuir a tensão muscular, o que alivia as dores musculares.
    Melhora do humor e redução do estresse: O exercício físico estimula a liberação de
    neurotransmissores como serotonina e dopamina, que estão associados ao humor
    positivo e à redução do estresse. Quando estamos mais relaxados e com o humor
    elevado, nossa percepção da dor pode diminuir.
    Assim como a alimentação, é importante que seus exercícios também sejam
    supervisionados por um profissional, principalmente quando o objetivo deles é aliviar a
    dor. Ele poderá recomendar as atividades mais adequadas para você, levando em
    consideração suas limitações e objetivos.

Lembre-se também de que, em alguns casos, é necessário adaptar a intensidade e o
tipo de exercício.

  1. Gerenciamento do estresse
    O estresse crônico e a tensão emocional podem exacerbar as dores e aumentar a
    percepção do desconforto, então encontrar maneiras de lidar com ele pode ser
    bastante benéfico. Gerenciar o estresse pode:
    Reduzir as respostas inflamatórias: O estresse ativa o sistema imunológico e pode
    contribuir para a inflamação e o agravamento das condições dolorosas.
    Relaxar os músculos: O estresse tende a deixar os músculos tensos e contraídos, o
    que pode agravar as dores musculares e a sobrecarregar as articulações. Ao adotar
    técnicas de relaxamento, como meditação, respiração profunda ou ioga, é possível
    diminuir a tensão muscular.
    Contribuir para o equilíbrio hormonal: A alta taxa de estresse leva o corpo a liberar
    cortisol em excesso. Esses níveis elevados podem aumentar a sensibilidade à dor e
    agravar os sintomas associados a condições reumatológicas, por exemplo.
    Melhorar o sono: Ele também pode interferir no sono, levando a noites mal dormidas
    ou distúrbios do sono. A falta de sono adequado pode aumentar a percepção da dor e
    dificultar a recuperação dos tecidos.
    Bem-estar emocional: Ansiedade, depressão e outros transtornos emocionais podem
    aumentar a percepção da dor e torná-la mais intensa durante situações de sobrecarga.
    Quando buscar ajuda para tratar dor?
    Se as dores persistirem por um período prolongado, aumentarem em intensidade ou
    impactarem significativamente sua qualidade de vida, é hora de procurar um
    reumatologista. Não hesite em marcar uma consulta caso suspeite de problemas
    relacionados a articulações, músculos ou ossos.
    Vale reforçar que o papel do reumatologista vai além do alívio da dor. Nós somos seus
    aliados na busca por uma vida saudável e ativa. Para isso, realizamos uma avaliação
    detalhada, considerando seu histórico médico, sintomas e exames complementares, a
    fim de identificar a origem das dores. Com base nesse diagnóstico, nós
    desenvolvemos um plano de tratamento individualizado, envolvendo medicações
    apropriadas, terapias físicas, modificações no estilo de vida e outras abordagens
    eficazes.
    Além disso, fornecemos informações precisas e orientações relevantes sobre sua
    condição específica, auxiliando-o a compreender melhor o problema e a tomar
    decisões fundamentadas.

O texto acima não substitui a consulta com um profissional habilitado. Consulte o seu
especialista.

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