A artrite reumatoide (AR) é uma condição inflamatória crônica que afeta as articulações das mãos, punhos cotovelos, ombros, joelhos, tornozelos, pés e coluna cervical, mas seus sintomas vão além das dores nas articulações. Ela é uma realidade complexa que afeta muitas partes do corpo. Embora sua causa exata permaneça um mistério, acredita-se que fatores genéticos e ambientais desempenhem um papel crucial. É importante destacar que a AR difere da osteoartrite, a forma mais comum de artrite, que ocorre quando a cartilagem protetora das articulações se desgasta com o tempo. Surpreendentemente, algumas pessoas podem conviver com ambas as condições.
Os sintomas da AR se desenvolvem gradualmente, e muitas pessoas experimentam sintomas contínuos, enquanto outras podem vivenciar períodos alternados de desconforto e alívio. A forma como a doença se manifesta varia consideravelmente de pessoa para pessoa.
Fatores de Risco da Artrite Reumatoide
A AR afeta aproximadamente 1% da população nos Estados Unidos e no norte da Europa. No Brasil, um estudo realizado em Minas Gerais encontrou prevalência de 0,46%.
- Idade: A AR pode surgir em qualquer idade, mas o risco aumenta gradualmente com o envelhecimento, estabilizando-se por volta dos 50 anos.
- Gênero: Mulheres têm cerca de três vezes mais chances de desenvolver AR do que homens.
- Genética: Pessoas com familiares que têm AR apresentam um risco ligeiramente maior de desenvolver a doença, devido à influência de certos genes.
Sintomas da Artrite Reumatoide
Na maioria dos casos, os sintomas surgem gradualmente, e semanas ou meses podem se passar antes que se tornem suficientemente incômodos para buscar assistência médica. Os sintomas iniciais podem incluir fadiga, dor muscular, febre de baixa intensidade, perda de peso e formigamento nas mãos. Em alguns casos, esses sintomas ocorrem antes do aparecimento da dor ou rigidez nas articulações.
A AR geralmente afeta as mesmas articulações dos dois lados do corpo, resultando em uma “artrite simétrica”. Porém, uma articulação pode ser mais afetada que a outra. Nas fases iniciais, as articulações pequenas são geralmente as mais atingidas, especialmente as das bases dos dedos, do meio dos dedos e dos pés. Às vezes, a doença pode começar em uma única articulação grande, como o joelho ou o ombro, ou migrar de uma articulação para outra.
Conforme a doença progride, a maioria das pessoas acaba desenvolvendo inflamação nas articulações dos braços ou pernas. Além disso, algumas pessoas podem ter inflamação nos quadris e na parte superior da coluna.
Os sintomas nas articulações incluem rigidez, dor, vermelhidão, calor ao toque e inchaço. A rigidez é geralmente mais acentuada pela manhã e após ficar parado por um período. Embora outras formas de artrite possam causar rigidez, a rigidez observada na AR frequentemente persiste por mais de duas horas.
A AR pode afetar várias articulações, incluindo mãos, punhos, cotovelos, ombros, pés, tornozelos, joelhos, quadris e até mesmo a coluna cervical. Quando não tratada, a inflamação crônica nas articulações pode levar a deformidades características nas mãos e a doença também pode causar sintomas em outras partes do corpo, como olhos vermelhos e doloridos, problemas pulmonares, perda óssea e até mesmo câncer em casos raros.
Diagnóstico da Artrite Reumatoide
Não há um único teste para diagnosticar a artrite reumatoide. O diagnóstico é baseado em múltiplos fatores, incluindo história médica, exame físico e resultados de exames de sangue e de imagem. Às vezes, é necessário monitorar a evolução da condição ao longo do tempo antes de confirmar o diagnóstico de AR.
Embora radiografias frequentemente sejam realizadas para excluir outras condições e monitorar a progressão da doença em pessoas com AR confirmada, elas geralmente não são necessárias para fazer o diagnóstico inicial.
Tratamento da Artrite Reumatoide
O tratamento da AR tem como objetivos controlar os sintomas, minimizar os danos às articulações e melhorar a qualidade de vida. Existem várias abordagens, incluindo o uso de medicamentos e ajustes no estilo de vida. O tratamento é eficaz na redução dos sintomas, na desaceleração do dano articular e na prevenção de complicações da doença, melhorando significativamente a qualidade de vida para a maioria das pessoas.